Escrevendo sobre escrever VII





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   Se tenho certeza de que quero ser escritor? 
     Escrever, para mim,  é quase como ofertar um filho, gerado com tanta dificuldade, a conhecidos e desconhecidos, com a difícil tarefa de encantar e, assim,  contar a quem quer que se permita, algo de grande valor para mim. 

    Não é bem um filho, na verdade. É um pedacinho de mim.  Exposto, multifacetado e multiplicado em forma de um pequeno exército em busca de pessoas que o acolham e escolham, assim, reforçar sua razão de existir. É uma busca por quem tem capacidade de compreendê-lo e, por isso, é uma busca por semelhantes. Em algum aspectos, no mínimo. Uma busca por pontos que nos conecte.
   
   Uma vez o livro em mãos distantes, cada virar de folhas é como o bater de asas de uma borboleta que não pode ser aprisionada e sim contemplada. Não é para muitos.  A maioria dos livros irá se perder.   


   Meus livros são para quem consegue ver, através do bater de asas de uma frágil borboleta, que todo longo esforço, rastejando por uma eternidade, devorando folhas e mais folhas e se fechando em seu casulo escuro, é compensando por breves momentos de cores e altura suficiente para nos lembrar que somos a Vida, multifacetada e multiplicada em si mesma. Somos os livros escritos pela Vida. Seu pequeno exército. A Vida está buscando a si mesma através de algo que nos conecte...

   Se eu tenho certeza de que quero ser escritor?... Bem, tenho certeza de que, escrevendo, me encontro e me reencontro  em mim mesmo num mundo onde é muito fácil se perder de vista.  
  
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Sou William Morais. Quero ser artista quando crescer -e no decorrer-. Aventure-se pelo índice de publicações e descubra mais sobre o Novo Tempo e meus livros! Para conhecer minhas outras artes, acesse o meu Portal!