Escrevendo sobre escrever VI


   


    Escrever é sonhar acordado. É estar lúcido no mundo da imaginação. Moldá-la de acordo com sua vontade e capacidades. É captar algo imaterial e trazê-lo para o mundo material e compartilhá-lo. É mágico. Ou um truque, para ser mais honesto. 

   O escritor conduz o leitor, na tentativa de encantá-lo. Levo isso a sério. Para mim, aliás, como um mágico, o escritor deve manter a atenção do leitor e, principalmente, surpreendê-lo. Como naquele filme do Cristhopher Nolan, onde o Hugh Jackman enfrenta Christian Bale.  Dizem que uma mágica é dividida em três partes. A primeira é a promessa, onde algo normal é mostrado, podendo ser até um homem. A segunda é chamada de a virada, onde o mágico transforma o algo comum em algo extraordinário, como fazer o homem desaparecer. E a terceira é o título do filme. Se chama O grande truque e consiste na conclusão. Não basta fazer o homem desaparecer aqui. Ele precisa aparecer ali. Com isso o público precisa considerar o que viu. 

   Escolhi a literatura fantástica mas, isso não facilita em nada a magia. Pelo contrário. Transformar o que já é extraordinário, em algo ainda mais, é um grande feito. E grande é a satisfação. Esta é uma das duas razões principais que me levaram a escrever livros fantásticos. A outra é acreditar nas mensagens com as quais permeio tais livros.


    O leitor quer ser enganado, se for bem enganado. Ele quer poder folhear páginas anteriores e ver que não conseguiu ver que estava lá o tempo todo. Valendo à pena uma segunda leitura.  Aliás, quantos livros já li mais de uma vez? Muitos. Nenhuma mente é afiada o suficiente para registrar, conscientemente, toda a informação de um livro. Um livro com boas mensagens, merece ser não apenas lido, mas relido, e me agrada tornar a segunda leitura ainda mais interessante. Há um quê de novo numa segunda leitura se o leitor ler com "outros olhos".

    Ler é buscar algo novo. O leitor quer ser surpreendido. A busca por uma nova aventura, por si só, é evidência suficiente do quanto a surpresa é almejada. Não consigo escrever sem imaginar que estou realizando um truque de mágica. Expondo os acontecimentos numa cadência medida, induzindo deduções que funcionam, enquanto precisam funcionar, até o ápice. Tenho a necessidade de tirar o chão dos personagens envolvidos, e, através deles, dos leitores. A arte não está, propriamente dito, em tirar o chão e sim, mantê-los no ar. Quanto melhor sucedido o truque, mais fascinado o leitor ficará e mais "encantado". Quero fazê-los voar. Quero deixá-los suspensos, levitando, o máximo de tempo possível, antes de trazê-los para o chão novamente, um tantinho que seja, transformados. 

   A mais leve euforia provocada já é suficiente para justificar o ato de escrever. Precisamos, de quando em quando,  estar fora de nós mesmos para podermos olhar de forma diferente para o mundo e, com isso, contribuir para, sempre, inová-lo. Foi nisso que me encontrei.  Escrevo porque preciso. Busco fazer de cada livro um convite a uma jornada mágica. Meu fascínio está em fascinar. 

   Tenho uma imensa necessidade de me sentir vivo, enquanto respirar. Vivo de verdade. Sei que é estranho. Vivemos num mundo prático, onde praticamente não vivemos. Eu, no entanto, desafortunado, me vi viciado no extraordinário e sem vontade de ser curado. Como se contentar com o solo árido, quando nosso coração deseja as alturas com a força de um cavalo, ansioso pela liberdade de correr cada vez mais veloz?
     
    E qual campo seria mais ideal para correr do que o da imaginação?

    Certamente o extraordinário só se mantém extraordinário, se não for constante. Sei bem disso. O que é constante, em mim, é a necessidade de senti-lo, após criar as condições necessárias, já que todo o processo, aparentemente simples, é parte da magia. A versatilidade de uma escrita, em assumir várias intensidades, nos momentos mais oportunos, é extremamente importante e aconselhável.  

      
    Sinto uma imensa necessidade de sentir. Isso reflete em minha arte. E, de todas as artes às quais me dedico, escrever é a mais vital para mim, seguida de encenar o que escrevo. É deixar a minha marca no mundo. Um tantinho na alma de cada um que for alcançado. Talvez atravessar os séculos, como uma pessoa que fez diferença, por menor que seja, para outras pessoas e, consequentemente, para o mundo. Sonho em ser alguém assim.

     Todos somos o que sonhamos. O desejo que estica nossas pernas e nos coloca entre as nuvens.  Eu sou um sonho. E quero me realizar. Escrever é parte disso. 
   
  Para conhecer mais sobre as obras do Novo Tempo e sobre mim, que as escrevo, explore o índice de publicações. Hasta!

William Morais

Livro a livro - Syrys

      Após os acontecimentos do livro Leela, ficou evidente que as máquinas e a tecnologia comprometeram, novamente, a existência da humanidade. Há um Segundo Recomeço. Este, porém, não enterra o passado, como o Primeiro, pois acreditam que sem lembrar dos erros do passado, a humanidade está fadada a repeti-los.
    O novo modelo de sociedade, inclusive, descarta o medieval, usado no Primeiro Recomeço, e vai mais longe, buscando, na antiga sociedade Egípcia, uma base para sua nova proposta de civilização.
 
    Observação: As ilustrações neste artigo foram encontradas na internet, no geral em galerias de papéis de parede e assumo, portanto, que os artistas não se importam em partilhá-las. Ressalto, porém, que não foram, definitivamente, concebidas para ilustrar minhas obras, embora representem, maravilhosamente bem, a "atmosfera" deste livro em questão. São representações extra-oficiais e não intencionais que servirão apenas para o leitor captar a essência da obra mencionada, meramente. 


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Syrys


    
    Mais de dois mil anos se passam, após os acontecimentos do livro Leela. Enquanto os livros anteriores são separados por séculos, apenas, este livro se distancia consideravelmente dos antecessores o que torna sua proposta completamente nova. 
    
    Neste livro  exploro, em especial, a devoção que os egípcios tinham a certos animais, em especial, os gatos.


   O poder em Syrys é pautado em magia, como em alguns outros dos meus livros, não como algo místico, no entanto, e sim como algo científico, embora não dedicarei muito espaço no livro, se é que dedicarei, a explicar tais fenômenos.  Eles existem e afetam o cenário. O primeiro plano continua sendo, como nos livros anteriores, os personagens e a trama que os envolve.


   Planejo que o livro Syrys seja o sexto livro lançado, logo após A guerra do Quinto Reino, antecedido pelo livro S.O.S, que será lançado após Leela, o qual planejo disponibilizar o mais breve possível, agora que Ônix e Dáverus já estão disponíveis.
   
   O livro Syrys é sobre ir além dos padrões humanos, mas, através do mérito. O que pode ser chamado de iniciação é um primeiro passo numa jornada longa. Os poderes que podem afetar drasticamente a realidade comum, são desenvolvidos gradualmente. E, mesmo assim, são poucos os interessados em se enveredar por este caminho com mais afinco. Poucos são os Iniciados. A sociedade não ignora esta possibilidade, mas, a maior parte está muito mais interessada em viver uma vida simples, de plantar, colher e estar com amigos e familiares.


    Embora possamos considerar haver um protagonista, a verdade é que vários personagens estão presentes e cada qual com uma forte razão de ser, conquistando seus próprios espaços.

    Syrys é um livro sobre uma grande jornada. Um livro sobre amizade.  É um livro sobre atingir uma serenidade a ponto de não temer as escolhas e sequer o fato de a vida exigir de nós que sempre façamos escolhas.
 

    E, vale dizer, é um livro que mostra que a vida pode se manifestar de forma esplendorosa num ser, independentemente do invólucro carnal que a sustenta.


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   Deixe seu comentário. Ele é importante para que o blog continue a existir e, principalmente, para que eu continue a escrever os livros desta saga.
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William Morais

Nas palavras dos leitores V

  



É com muita satisfação que publico mais um feedback sobre meus livros. Hoje de um leitor que é um grande amigo. Ele escreve sobre a versão estendida de Ônix e sobre o totalmente inédito Dáverus.

Nas palavras de Henrique Vandevelde:



"Ler o primeiro "Ônix" foi uma aventura num universo que ainda quero explorar muito mais. Dois universos a bem da verdade. Um é o do próprio Will. O livro é como uma constelação para o navegador, mas com uma diferença: ao invés de servir de marco para identificar o caminho, é uma espécie de caminho simbólico para os leitores identificarem seus próprios marcos e questões. Foi uma leitura gostosamente densa, embora ainda leve. Foi, em todos os sentidos, único.



O segundo universo é resultado do primeiro: assim que absorvi o cerne da questão, um novo universo interno meio que simplesmente brotou.





Então, algum tempo depois, tenho a oportunidade de ler a versão estendida de "Ônix". Pensei comigo "Nossa, *oda, mais um pouco daquele gostinho de aventura e filosofia que faz falta no dia a dia.". Ledo engano. Não bastasse estender, Will apresenta um livro completamente novo. Tem, claro, os mesmos trechos da primeira versão, mas a substância adicionada catalisou a coisa toda para um nível tão mais refinado que só fez aumentar ainda mais a sensação de que há algo a ser aprendido nessas páginas que nunca ensinaram nas escolas. Um professor ou outro talvez, por conta própria, mas nunca em grades curriculares. E ainda assim, uma coisa tão sinistramente *oda, perspicaz e essencial que faz quem lê se perguntar se realmente estamos nos permitindo aprender as coisas legais de se aprender. E, sou o primeiro a rir da ironia gostosa que é isso, o livro não responde nada, mas ele faz as perguntas que todo mundo deveria ouvir e responder de coração algum dia. Sem falar na divertida leveza séria, mas não ranzinza e nem medrosa, com a qual passei a enxergar o mundo desde que li.



E, por fim, por enquanto, "Dáverus". 



Se "Ônix" me fez sorrir e lamentar com aquele clima de aventura das grandes e filosofia de uma forma raramente abordada, "Dáverus" mostrou um universo ainda mais maduro adicionado a todos os ingredientes pré-existentes e ainda adiciona algo mais que ainda não consigo definir mas dá uma energia gostosa refletir sobre. É uma segunda interrogação, que complementa a primeira de "Ônix". Não importa se estou preparado ou não para falar deste também, mas não sei o que falar sem estragar as surpresas.



Sei que ler essas duas crônicas do novo mundo me fez me repensar. Me fez ver saturações e nuances de vida às quais eu não havia prestado atenção até então. Me diverti DEMAIS lendo os livros =] E não mais temo me perder em mim mesmo. Assim como os personagens dos livros, eu aprendi a confiar total, mas não cegamente, em mim mesmo =]. E olhar/viver o mundo com esse tipo de certeza/modus operandis/coração/modelo mental faz com que o horizonte não pareça tão longe como quase toda a sociedade prega.



Obrigado Will, de coração, por imaginar e partilhar conosco este universo tão único =] 

- 29 de julho de 2013 às 15:34

E agradeço ao agradecimento do Henrique, repetindo, pela milésima vez, talvez, mas longe de ser a última, sobre a importância, para um escritor, em saber a importância de seus livros na vida dos leitores. É este feedback que nos norteia,  nos ajudando a explorar o melhor de nós ou trabalhar o pior, que seja. As palavras do grande amigo Henrique, assim como as outras, colaboraram mais do que um tanto. Às vezes nos sentimos como a lagarta e as asas parecem distantes demais, mas, lembrar que a esperança de que continuemos não é apenas nossa, mostra que o verde é maior do que imaginávamos e o desejo de ir além é reforçado.
  
Contato com Henrique Vandevelde através do perfil  facebook.
 
E fica aí o convite para quem já leu algum dos livros. Mande suas palavras para o e-mail portalnovotempo@gmail.com ou will.onix@gmail.com.


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Livro a livro - Leela

    Finalmente falarei um pouco sobre o próximo livro a ser lançado, para fechar uma trilogia. E, neste ponto, preciso controlar, com muito esforço, minha ansiedade. Os livros que o antecedem se justificam, mas, graças a este terceiro livro a ser lançado, eles ganharão uma nova profundidade. E este terceiro livro não vem apenas para isso. Tem sua própria razão de ser. Apresenta personagens cativantes que, graças a tudo o que aconteceu antes, principalmente em Dáverus e Ônix, precisarão lidar com um cenário extremamente delicado.  

 Observação: As ilustrações neste artigo foram encontradas na internet, no geral em galerias de papéis de parede e assumo, portanto, que os artistas não se importam em partilhá-las. Ressalto, porém, que não foram, definitivamente, concebidas para ilustrar minhas obras, embora representem, maravilhosamente bem, a "atmosfera" deste livro em questão. São representações extra-oficiais e não intencionais que servirão apenas para o leitor captar a essência da obra mencionada, meramente.

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Fica aqui uma sugestão maravilhosa, do grande amigo Henrique Vandevelde dos Anjos, como trilha sonora para a leitura :) 
 

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 Leela
    O terceiro livro - já em produção- carrega o nome de uma de suas personagens, assim como os dois que o antecedem. É uma das características desta trilogia, embora ele sirva de ponte/transição para outra trilogia na qual não há um protagonista tão evidente e, talvez por isso, aprofunde em outros novos personagens, tão relevantes quanto os antigos. Leela é uma importante personagem que une antigos com novos, de forma harmônica, se é que isso pode ser dito.
    Mais de mil anos já se passaram, após o início do Novo Tempo. A sociedade alcançou um nível no qual a vida rústica, do modelo medieval adotado séculos atrás, se confronta com uma variação da modernidade. As máquinas ressurgem, embora agora sejam movidas por vapor e engrenagens, como somente foi sonhado antes. 

    A maior parte da aventura se passa na capital e as grandes edificações, soberbas, são a maior parte do pano de fundo. 

   A máquina ganha uma nova conotação. O sistema;  as conjecturas da sociedade, em prol do conforto, transcende a matéria. A lei do mínimo esforço evidencia uma fraqueza de caráter na qual a maioria dos cidadãos se apoia. Tanto os soberanos, quanto o povo.
   Diferentemente dos outros livros, a forma de poder adotada neste período é bastante controlada e, por isso, representa de forma muito mais exata a vontade da sociedade como um todo. A verdadeira natureza de cada um nunca esteve em tamanha evidência, afetando o todo tanto quanto o todo afeta cada um.Os monstros são construídos pedaço a pedaço, de forma plenamente intencional e com propósitos milimetricamente planejados.
 
   O livro Leela é sobre como podemos nos tornar pequenos  em meio a tudo que construímos e como tudo que construímos pode se tornar insignificante em meio a tudo o que somos, de fato.

  É um livro forte. Muito forte. Gostaria muito de lançá-lo ainda este ano. Quem mais gostaria ficaria tão feliz quanto eu?


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William Morais


Livro a Livro - Ônix

   Após o surgimento e queda de Dáverus, passaram-se trezentos anos. Os reinos, em constante expansão, alcançaram outros continentes e as navegações se tornaram vitais. Não demorou, surgiram os piratas e, dentre eles, um muito  peculiar. O pirata Ônix Pedra-Negra.

 Observação: As ilustrações neste artigo foram encontradas na internet, no geral em galerias de papéis de parede e assumo, portanto, que os artistas não se importam em partilhá-las. Ressalto, porém, que não foram, definitivamente, concebidas para ilustrar minhas obras, embora representem, maravilhosamente bem, a "atmosfera" deste livro em questão. São representações extra-oficiais e não intencionais que servirão apenas para o leitor captar a essência da obra mencionada, meramente.

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    O livro Ônix retrata, definitivamente, a jornada do (anti)herói, em busca de si mesmo e seu lugar no mundo. Uma releitura como jamais vista antes, arrisco dizer.
     A jornada de Ônix retrata a vida do pirata em seus momentos mais reveladores. Estes momentos aconteceram, em sua maior parte, em terra, onde os conflitos são bem mais diretos. Tais conflitos servem como catalisadores para cada revelação. 
   
    A maior parte do livro se passa em tavernas, castelos e até numa prisão. 


    Ônix, porém, incorporou o espírito pirata de forma espetacular, a ponto de não deixar os leitores se esquecerem de que, mesmo longe do mar, é um livro sobre piratas. Há cenas no navio de Ônix, no entanto, além das cenas em terra.


   Ônix enfrenta, a seu modo, uma sociedade desigual na qual o povo entregou seu destino à promessa de regresso do deus Dáverus e isso afetará, significativamente, a vida do pirata (descrente em tal regresso) e sua jornada.

   O livro Ônix já foi publicado, no final de 2009, numa primeira versão de teste e, devido ao ótimo resultado, ganhou uma versão estendida em 2013 - ambas versões já disponíveis, como pode ser conferido no índice de publicações, em Os Livros Disponíveis -. A segunda versão, porém, aprofunda não somente na visão deste momento do futuro, como intensifica a ponte entre aquele tempo e o nosso contemporâneo, por ser o livro onde o passado-esquecido influência diretamente a vida do pirata Ônix, a ponto de o levar a uma jornada intrigante e filosófica.
   
   O livro Ônix foi escolhido, portanto, como ponto de partida de toda A Saga do Novo Tempo, embora, cronologicamente, ele venha depois de S.O.S, A Guerra do Quinto Reino e Dáverus.

    As aventuras de Ônix extrapolam os livros, aliás, e já possuí três peças teatrais inspiradas nelas e muitas surpresas vindo por aí, através do Grupo Revel de Teatro Fantástico, criado única e exclusivamente para encarnar capítulos destas histórias fantásticas.

    O livro Ônix é um livro especial (embora pudesse dizer o mesmo de todos os outros) que deixa clara a intenção de alcançar um público que anseia por algo a mais. Um público que não tem medo de pensar, mesmo em meio à diversão. A versão estendida não deixa dúvidas disso, na qual há vários interlúdios que retratam um cenário muito específico, onde as duas faces da moeda da existência, o tudo e o nada, cabem na palma de uma mão, que sequer existe, tanto quanto sim.



    Para conhecer mais sobre as obras do Novo Tempo e sobre mim, que as escrevo, explore o índice de publicações. 

    Para saber mais sobre a primeira versão do livro Ônix, acesse o blog especial do livro. Hasta! 

    Para conhecer um pouco mais sobre o Grupo Revel de Teatro Fantástico, acesse o blog, ainda em construção :)

William Morais

Livro a Livro - Dáverus

   Nesta série de artigos revelo um pouco sobre a ambientação e proposta de cada livro que compõe A saga do Novo Tempo. Não poderia deixar de falar sobre os livros que já estão, inclusive, disponíveis, como é o caso deste, em questão. Após a Guerra do quinto reino - livro ainda em produção - é chegado o momento de Dáverus.

    Sei que já escrevi algo sobre ele, por ser um dos livros já disponíveis, mas, este complemento servirá tanto como extra, como para manter a linha cronológica de acontecimentos e  facilitar a compreensão deste universo.

 Observação: As ilustrações neste artigo foram encontradas na internet, no geral em galerias de papéis de parede e assumo, portanto, que os artistas não se importam em partilhá-las. Ressalto, porém, que não foram, definitivamente, concebidas para ilustrar minhas obras, embora representem, maravilhosamente bem, a "atmosfera" deste livro em questão. São representações extra-oficiais e não intencionais que servirão para o leitor captar a essência da obra mencionada, meramente.
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Dáverus

     Após o desfecho da Guerra do Quinto Reino, envolvendo os quatro reinos e o reino místico de Phemba, a população cresceu e os reinos também. Novas gerações surgiram, juntamente com os vários novos reinos nas planícies, embora três dos quatro primeiros reinos tenham se reservado os títulos de Altos Povos, exercendo grande influência nos outros além de suas fronteiras.

    Ainda seguindo os moldes dos primeiros reinos, encontramos vilarejos ao redor do castelo de cada senhor de determinado domínio. 


   A maior parte do povo vivia de forma simples, da melhor maneira que podia. Às escondidas, porém, a Ordem de Ashibaki ressurge e retoma a magia levando-a às últimas consequências, a ponto de despertar uma deusa antiga, além do dragão de Ashibaki, que regressa para fazer grande diferença num dos períodos mais marcantes desta humanidade futura. 

      Dáverus surge como um novo deus, graças à deusa antiga. e o livro que traz seu nome na capa conta não apenas como ele foi criado, como retrata, acima de tudo, a delicada relação conflitante entre humanidade e divindade, de uma forma trágica. Uma obra quase Shakespeariana. 

    É, ainda, um livro sobre um árduo treinamento, onde os ensinamentos de um mestre são condensados e sintetizados em palavras de ampla significância e profundidade. Antes de se tornar Dáverus, o discípulo precisou ir além dos limites humanos conhecidos, para, somente depois, poder ir ainda mais além. 

  
   A misteriosa e mística ilha de Phemba é um dos cenários principais deste espetáculo, embora sua senhora a tenha deixado aos cuidados do mestre.


  
     É no mudo fora da ilha, no entanto, que o discípulo se tornou Dáverus e marcarou a história daquela humanidade, a ponto de não ser esquecido dali em diante. Se a ilha foi o lugar de preparação, fora dela foi onde a batalha avassaladora aconteceu.   

     O curioso sobre o livro Dáverus, que retrata um ser com tamanho poder, é evidenciar que ter imensos poderes não significa, definitivamente, uma vida sem desafios e que os maiores conflitos são internos. Ter o mundo nas mãos, em extrema evidência, pode ser mais perigoso do que ter a mão, quase imperceptível, no mundo. Se a segunda precisa se esforçar, e muito, para manter uma simples vida no planeta, a segunda pode, num momento de descuido, que pode ser chamado de  fraqueza, erradicar facilmente toda a vida nele. 
    Seja como for, Dáverus faz suas escolhas e paga todos os preços e se mantém fiel ao que lhe define, mesmo em meio a extremos poderes e a conexão com o universo. Talvez esta seja a maior prova de sua verdadeira força.
    

    

  
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William Morais
 

Livro a Livro II - A Guerra do Quinto Reino

   Dando continuidade à série de artigos sobre os futuros livros sobre um futuro alternativo fantástico; escrevo hoje um pouco sobre o que deve ser  o quinto livro lançado por mim, logo após S.O.S, sobre o qual já falei e que planejo disponibilizar logo depois de Leela, sobre o qual ainda falarei e que é, certamente, o próximo livro a ser concluído, agora que Ônix e Dáverus já estão disponíveis - e nem por isso deixarei de falar sobre eles nestes artigos, já que estou seguindo, aqui, a cronologia que não respeitei, propositalmente,  ao lançar meus livros de forma não linear. 
   
     O quinto livro é sobre uma ampla guerra que marcou o Primeiro Recomeço e que, curiosamente se chama A Guerra do Quinto Reino.
    Observação: As ilustrações neste artigo foram encontradas na internet, no geral em galerias de papéis de parede e assumo, portanto, que os artistas não se importam em partilhá-las. Ressalto, porém, que não foram, definitivamente, concebidas para ilustrar minhas obras, embora representem, maravilhosamente bem, a "atmosfera" deste livro em questão. São representações extra-oficiais e não intencionais que servirão para o leitor captar a essência da obra mencionada, meramente.

    A Guerra do Quinto Reino


    Quando decidiram abandonar a tecnologia moderna e enterrar o passado, que passaria a ser chamado de esquecido, a humanidade encontrou na magia as forças para erguer reinos, seguindo os moldes de uma civilização medieval. Tal poder se mostrou muito além da alta tecnologia, recém abandonada e que seria escondida das gerações futuras. O poder da magia tinha grande potencial para ser ainda mais avassalador do que as as máquinas de antes. Por isso, até mesmo a magia foi suprimida e mantida num círculo menor de escolhidos, chamada de a Ordem de Ashibaki. Poucos sabiam sobre a existência dela,  embora lendas sobre o dragão de Ashibaki tivessem passado para a nova geração. 



    Este livro está focado na segunda geração e seu confronto com o dragão e, principalmente, com o poder da magia, focado muito mais nos primeiros príncipes e princesas do que nos primeiros reis, embora alguns deles ainda vivessem.

 
        O título deste livro é curioso, não apenas por se tratar do quinto livro a ser lançado, mas, também, pelo fato de que, no princípio, havia apenas quatro reinos.  Cada qual com seu grande castelo e províncias.


  
    Muito da força deles provinha, no entanto, de um quinto reino místico, uma ilha misteriosa com uma senhora misteriosa. Sem ela, aliás, não teria sido possível erguer os quatro reinos e, em tempo tão curto, preparar o mundo para a nova geração. O Quinto Reino é nada mais nada menos do que a ilha de Phemba Skull Thumba. Um mundo fantástico fechado em si onde a palavra absurdo sequer pode ser usada. Um cenário incrível repleto de criaturas estranhas.
 





   O livro A Guerra do Quinto Reino explica a razão de haver pessoas capazes de prodígios incríveis e é pautado na relação da humanidade com o poder. Evidencia, ainda, a predisposição da humanidade de buscar controle de poderes externos, antes de desenvolver poderes internos, e como esta imaturidade de buscar o que está além de sua compreensão traz consequências profundas. Havia uma versão de crença, aliás, chamada apenas de A Doutrina que pregava em suas suntuosas casas, sobre as limitações humanas e como se manter puro para não perder sua alma. A Doutrina foi criada para conter a magia, apelando para a aceitação das limitações humanas e no desenvolvimento gradual da compreensão de sua própria natureza. As casas onde A Doutrina era pregada, regularmente, em sermões, eram similares às Igrejas, certamente, e não se importava em ostentar riquezas recebidas para o trabalho de manter o povo submisso.


    O material deste livro é tão vasto que há a possibilidade de ele ser lançado em três volumes. Um para cada uma das partes, separadas por alguns anos entre elas, criando uma trilogia dentro da trilogia que este livro integra.

    Enquanto Ônix, Dáverus e Leela fecham uma destas trilogias; S.O.S, A Guerra do Quinto Reino e Syrys fecham outra e, com A última balada, Daimone e um livro secreto - sobre o qual não falarei nada, além disso, pois não tenho certeza se um dia estarei pronto para lançá-lo -, eu teria as três trilogias, encerrando um grande ciclo.

    Estão preparados?


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William Morais

Influências VI

        Voltando às influências literárias, chegou o momento de falar sobre ninguém mais, ninguém menos, do que Tolkien.



   
     Não vou falar o que todos já sabem sobre ele. Não vou falar sobre como ele conseguiu mesclar elementos de várias culturas, mitos, religiões, lendas e construir, com tudo isso, um mundo coeso. Já tem material demais sobre isso. Vou falar sobre o que as obras dele significaram para mim. Algo que apenas eu posso dizer.

    Ler o senhor dos anéis foi uma experiência extraordinária. O detalhismo da construção das cenas e dos personagens me tiraram do meu mundo. Eu era transportado para situações nas quais me senti aflito, desolado e maravilhado. Lembro até mesmo onde eu estava quando li determinadas partes, por ter de parar, temporariamente, e abandonar a sociedade do anel, imersa no perigo, para voltar para ela e perceber que minhas pausas não ajudaram a amenizar, em nada, a situação na qual os personagens se encontravam.

    Minha escrita está longe de ser parecida com a de Tolkien. Meus personagens estão longe de serem parecidos com os de Tolkien. As minhas tramas estão longe de ser parecidas com as de Tolkien. Neste ponto quero reforçar o que já foi mencionado até aqui de forma mais sutil e que neste momento alcança um nível muito mais evidente: as influências são muito mais subjetivas e indiretas do que seguir, meramente, um modelo. 

   As verdadeiras influências dos outros são as que, de fora, nos dão força para mostrar algo nosso, que já estava dentro de nós.  O que nós somos capazes de realizar.

   O que ficou da obras obras de Tolkien, em mim, e que sinto neste momento à flor da pele, numa tão feliz quanto triste nostalgia, é gratidão. E a vontade de um dia ter um selo do meu nome. Isso é verdade.



    Enquanto lia a saga O senhor dos anéis, pensava que Tolkien a escreveu para mim. Sim, sou muito egocêntrico e acho que o universo me nota nele. A saga do um anel não poderia ter chegado a mim num momento mais oportuno. Meu pai tinha acabado de sair de casa e deixar um grande fardo. Muitas dívidas. Como Frodo, não tive muitas escolhas senão encarar uma jornada perigosa.





    Nas terras desconhecidas, conheci pessoas que trilhavam, cada qual por seu motivo, a mesma jornada. Fiz amigos. Fiquei um ano inteiro trabalhando como office-boy num escritório de contabilidade. Eu já tinha diploma, em contabilidade inclusive, mas nunca tive interesse nesta carreira. Aceitei o cargo de office-boy por achar que simplesmente levaria e traria papéis. A verdade, no entanto, se revelou bem outra. Tinha de resolver casos pendentes na receita municipal, estadual, federal e outras. Para resolver as pendências de cada empresa, em cada setor do governo, era necessário entender o que se passava e como me defender, respondendo ao que os servidores públicos pediam, na maioria das vezes, por pura maldade, pois, bastava dizer certo código, em certos casos, para mostrar ao atendente que o que ele pedia não estava ali por uma razão, ao invés de ter de voltar para o escritório e descobrir que não precisava ter voltado, acumulando mais casos a serem resolvidos no dia seguinte. Foi isso que, depois de um ano, me fez aceitar a proposta de promoção para trabalhar dentro do escritório. Eu já trabalhava com contabilidade, isso era fato. E o aumento salarial fenomenal, juntamente com a certeza de poder ter, de verdade, um horário de almoço, contribuí na decisão.


    Eu não teria suportado esta jornada árdua sem os livros de Tolkien. Cada sufoco que a sociedade do anel passava, era um espelho dos meus. Da mesma forma que eu entrava no mundo de Tolkien, para, através da minha leitura, conduzir os personagens aonde eles deviam chegar; os personagens entravam no meu mundo, como se me acompanhassem, também, em minha jornada. Não vou citar todos os sinais que encontrei no livro de Tolkien -e na vida- que me faziam pensar que ele escreveu o livro para mim. Claro que escreveu para muito mais gente. O que me marcou, porém, foi o fato de que Tolkien conseguiu me alcançar através de décadas e décadas e me envolver de forma tão mágica. Podem ter sido o que chamam de coincidências. Não acredito em coincidências, porém. Tive uma mestra de matemática que me ensinou a ver que o universo não é aleatório.



    Ler o senhor dos anéis e parar para pensar na minha vida, me fez querer escrever livros que fizessem o mesmo com os meus futuros leitores. Foi a isso que Tolkien me influenciou. Mesmo que meu estilo seja completamente diferente do dele e eu seja bem mais ousado em alguns aspectos.

   Sobre os sinais nos livros de Tolkien, bem, foi algo que sempre considerei. Veja bem a palavra escolhida: considerei. Considerar algo é não colocar uma certeza. Considerar que Tolkien tenha escrito para mim é só o bom e velho egocentrismo filho de um puta que todos adoram odiar. Um tanto louco, certamente. Ter certeza disso, porém, seria loucura pura. E, nesta vida, resolvi ser apenas um tanto louco. 
   
   Seja como for, o livro me fisgou logo no início e ter chegado ao fim da jornada foi magnífico. Agradeço, então, a Tolkien, pelo primeiro, de muitos, sinais em seu livro, para mim. Qual foi este primeiro sinal? Adivinhem qual é o dia do aniversário do Bilbo? Sim, o mesmo que o meu. "Caramba, que coincidência.", pensei. Mas, até mesmo sobre a coincidência, o livro me provocava.  Como? Bem, Tolkien fez que, coincidentemente, a data de aniversário de Bilbo fosse, também, a data de aniversário de Frodo. Dali em diante, fiquei atento. E vi maravilhas. Hoje, porém, ao mencionar isso, a consideração enfraquecia. É como tentar contar um sonho. Quando falamos dele, muitos detalhes se perdem e a veracidade que estava lá até segundos atrás, parece bobagem. Mas, o que torna a vida interessante pode ser, quem sabe, a falta de certezas. O universos dá sinais, pontos, mas não traça a linha completa. Nós temos de enxergar o que não está lá através do que está. Se fizer sentido para nós; era para nós. Pensava em tudo isso, aliás, quando fui surpreendido, há poucos minutos atrás, quando, para concluir este artigo, fui pesquisar Tolkien, apenas para citar uma frase dele. Nunca tinha pesquisado antes e, como resolvi falar apenas sobre como as obras dele me atingiram, não havia necessidade de detalhes de sua vida. O que descubro então? Que um R de J. R.R. Tolkien é de Reuel. Quase Revel. O universos dá sinais, pontos, mas não traça a linha completa. Revel, para quem não sabe, é o nome que escolhi, anos atrás, para o meu grupo de teatro criado para contar as histórias da Saga do Novo Tempo. Loucura minha ver o que eu quero ver? Talvez, mas, o que torna a vida interessante, pode ser, quem sabe, a falta de certezas. Ou acreditar ou não, depende de que lado estamos no momento, segundo Tolkien. O de dentro ou o de fora. 
    
"[Criei] um Mundo Secundário no qual sua mente pode entrar. Dentro dele, tudo o que ele relatar é "verdade". Está de acordo com as leis daquele mundo. Portanto, acreditamos enquanto estamos, por assim dizer, do lado de dentro."
 John Ronald Reuel Tolkien




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William Morais